Projeto Mamas do Amor

Próteses começam a ser confeccionadas

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Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes 19/10/2018

Próteses do projeto Mamas do Amor começam a ser confeccionadas na cidade

A idealizadora do projeto Mamas do Amor, Fernanda Chahin Bali de Aguiar, esteve em Mogi na tarde desta sexta-feira (19/10), para a capacitação e início da confecção de mamas de alpiste na cidade. Ela foi recepcionada pela presidente do Fundo Social de Solidariedade, Karin Melo, e por voluntárias do programa Família Solidária, que ficarão responsáveis pela produção das mamas na cidade.

Fernanda fez uma apresentação do projeto e falou sobre sua história de vida e luta contra o câncer. Na sequência, ensinou as voluntárias o passo a passo da produção das mamas, que são confeccionadas a base de alpiste e meias ¾. Só hoje, já foram feitas cerca de 50 mamas, de diferentes tamanhos, que já estão disponíveis para doação.

O projeto é voltado para mulheres que batalharam contra o câncer de mama, precisaram se submeter à cirurgia de mastectomia (remoção da mama) e não puderam ou quiseram fazer cirurgia de reconstrução. As mamas de alpiste funcionam como próteses externas e são confeccionadas do tamanho 40 ao 54.

“Boas ideias existem para servirem de exemplo e serem replicadas. É uma grande honra trazer esse projeto para Mogi e para o Alto Tietê, porque sabemos que há muitas mulheres na região que precisam e vão se interessar. Devo a concretização desse projeto mais uma vez às voluntárias do Família Solidária, que não medem esforços, participam e fazem as coisas acontecerem”, destacou a presidente do Fundo Social, Karin Melo.

Fernanda Chahin é vítima do câncer, direta e indiretamente, há quase 20 anos. Aos 32 anos, perdeu o marido para a leucemia, anos depois foi diagnosticada com câncer de tireoide e, alguns anos mais tarde, com câncer de mama. Submeteu-se à mastectomia e retirou as duas mamas. A cirurgia de reconstrução não foi bem-sucedida em razão de uma séria infecção, então, a partir disso, começou a desenvolver a técnica, utilizando alpiste e meias. Vendo que a ideia deu certo, lançou o projeto oficialmente em 6 de outubro de 2016. Desde então, a iniciativa só cresceu em número de apoiadores e doações. Nesses dois anos, já foram mais de 7 mil pares de mamas doados para todo o mundo.

As mamas duram 12 meses e requerem alguns cuidados específicos: devem ser guardadas em lugares frescos e arejados e não podem ser molhadas, mas usá-las no mar ou piscina é possível, desde que elas sejam revestidas por um preservativo. Outra orientação importante é que as mamas só podem começar a ser utilizadas pelas mulheres depois que o processo de cicatrização estiver 100% concluído.

O projeto funciona por meio de um site, em que as pacientes podem fazer o pedido da mama, conforme tamanho. Mas aqui na cidade, o Fundo Social de Solidariedade e o programa Família Solidária também ficarão responsáveis pela distribuição das mamas produzidas. A ideia é que elas sejam disponibilizadas de forma paralela às perucas do projeto Cabelegria, que também tem como fundamento o resgate da autoestima para pacientes com câncer. A princípio, as pessoas interessadas devem ligar para o Fundo Social, para obterem mais informações.

A ideia é que as voluntárias se reúnam de 15 em 15 dias, ou conforme a demanda, para confeccionarem mais mamas. Paralelamente, o Fundo Social já está iniciando uma campanha de sensibilização, para que a sociedade civil, empresas e parceiros doem alpiste e meias, que são os insumos básicos para a produção das próteses externas.

Fernanda também falou sobre a importância da prevenção. “Quero deixar uma mensagem para todas as mulheres, pedindo para que elas façam seus exames e acompanhamento anual. Isto é, mamografia e ultrassom. O câncer de mama, quando descoberto em estágio inicial, tem 95% de chance de cura e o tratamento é muito menos agressivo. Eu, por exemplo, não precisei fazer quimioterapia, nem radioterapia e estou curada”, pontuou, lembrando que quando a mulher identifica um nódulo a partir do autoexame, esse nódulo já vai estar em um estágio mais avançado, portanto o ideal é realizar os exames de rotina todos os anos.

Mais informações devem ser obtidas com o Fundo Social, pelo telefone 4798-5143. (Lívia de Sá)

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