Desenvolvido pela Secretaria de Cultura
O prefeito Marcus Melo participou, na tarde desta quinta-feira (14/12), do lançamento do programa Pró-Memória. O objetivo do projeto, que foi desenvolvido pela Secretaria Municipal de Cultura, é preservar e difundir a memória de Mogi das Cruzes, por meio de diversas ações.
Uma das ações previstas no Pró-Memória é o chamado tombamento ex-officio. Isto é, o tombamento municipal de edifícios históricos já reconhecidos como patrimônio pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado (Condephaat) e/ou pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Para dar início ao procedimento, hoje mesmo o prefeito assinou os decretos de tombamento do prédio onde atualmente funciona a Pinacoteca de Mogi das Cruzes e a sede da Secretaria Municipal de Cultura, bem como do imóvel da Escola Municipal Coronel Almeida. Vale lembrar que o prédio na Coronel Souza Franco já abrigou no passado a Casa de Câmara, Cadeia e o Fórum de Mogi das Cruzes.
Outros imóveis que também se encontram nessa situação e que devem ser tombados em breve a partir desse procedimento são as Igrejas do Carmo, o Casarão do Chá, o prédio do CPAM-12, o Complexo Dr. Arnaldo Pezzuti Cavalcante, além da Serra do Mar.
“Quando preservamos a nossa história conseguimos mostrar de onde viemos. E sabemos que Mogi das Cruzes tem muita história. É muito importante montarmos esse cronograma de tombamentos, pois o município precisa reconhecer o que tem de valioso. Precisamos manter vivos os registros de nossa cidade”, destacou o prefeito, Marcus Melo.
Outra ação já efetivada hoje por meio de decreto municipal foi a criação de uma comissão técnica provisória, que auxiliará nas pesquisas e levantamentos dos bens que devem ser preservados, tombados e registrados no livro de bens imateriais, além de agilizar processos que hoje dependem exclusivamente do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico, Cultural e Paisagístico de Mogi das Cruzes (Comphap).
Farão parte dessa comissão o historiador, pesquisador e presidente da Academia Mogicruzense de História, Artes e Letras (Amhal), Glauco Ricielli, o bibliotecário e pesquisador, Auro Malaquias, a arquiteta e presidente do Comphap, Ana Sandim, o presidente da Casa do Congado, Silvio Antonio de Oliveira, a pesquisadora da Universidade de Mogi das Cruzes, Luci Bonini e a arqueóloga da Universidade Braz Cubas, Nari Harumi Tomiyama. Também integram a comissão o secretário Mateus Sartori e o responsável pela Divisão de Museus da Secretaria de Cultura, Ubirajara Nunes.
Também foi realizado hoje, juntamente ao lançamento do programa, a assinatura do documento que oficializa a inserção do grupo de rezadeiras e rezadores do Divino Espírito Santo no livro de bens imateriais do município. Além disso, foi encaminhada à comissão a proposta de inclusão de outros eventos nesse mesmo livro, como a Festa de São Benedito, o Akimatsuri, a Festa do Santo Ângelo e o Furusato Matsuri.
Ainda em se tratando de tombamento, também são propostas do Pró-Memória tombar o casarão neoclássico da rua Coronel Souza Franco, que no momento passa por obras de restauro e a estação ferroviária de Sabaúna.
Outro bem que deve ser tombado pelo programa é a reprodução da obra de arte “Combate aos Índios Botocudos com Soldados Milicianos de Mogi das Cruzes”, de autoria de Jean Baptiste Debret, realizada por Oscar Pereira da Silva e restaurada em 2007/2008.
O Pró-Memória também pretende abarcar outros programas já existentes de preservação da memória de Mogi das Cruzes, como é o caso da Coleção Boigyana. Assim, também constam como futuras ações do programa o lançamento de CDs da Banda Santa Cecília, do Mestre Eurico de Souza, da Orquestra de Violas de Mogi das Cruzes e a obra “Theatro Vasques Sim Senhor”, que serão gravadas no Estúdio Municipal de Áudio e Música (EMAM).
A valorização dos bens históricos da cidade e, por consequencia o fomento ao turismo local também são prerrogativas do Pró-Memória. Por isso, mais um ideal do programa é implantar futuramente QR Codes nas fachadas de edifícios históricos e monumentos da cidade, que levem o turista a um vídeo explicativo sobre o espaço, com locução em português e legendas em inglês.
Para demonstrar como isso funcionaria, o secretário Mateus Sartori mostrou o protótipo de um vídeo da Pinacoteca, que já começou a ser produzido, para esta finalidade.
O Pró-Memória deve ser formalizado mediante a inclusão de um artigo na Lei 7.216/2016, do Sistema Municipal de Cultura. O ofício pedindo essa inclusão também foi assinado durante o lançamento.
“Precisamos mudar o nosso olhar sobre patrimônio. Patrimônio não é um passivo e sim um ativo. E Mogi das Cruzes está muito bem no âmbito de preservação do seu patrimônio histórico, tanto o material quanto o imaterial”, frisou o secretário-adjunto de Cultura do Estado de São Paulo, Romildo Campello. (Lívia de Sá)