Reforma e conservação tem inicio
O prefeito de Mogi das Cruzes, Marcus Melo, assinou, na manhã desta sexta-feira (06/01), a ordem de serviço, que formalizou o início das obras de reforma e conservação do Casarão do Carmo, no Centro Histórico da cidade. Os trabalhos compreendem revisão e manutenção geral do prédio, mais restauro de algumas estruturas, em respeito às suas características originais. Serão cinco meses de serviços e um investimento total de R$ 115.703,80. O vice-prefeito, Juliano Abe, também estava presente na solenidade.
“Estamos na primeira semana de 2017 já dando andamento a nossa grande missão, que é cuidar da cidade. É muito gratificante poder começar este ano, que não será um ano fácil, já com uma obra iniciando. Isso prova o quanto valorizamos a preservação da nossa história, das nossas tradições e do nosso passado. Este é um trabalho fundamental, até para que os jovens de hoje em dia possam ter contato com a história de Mogi das Cruzes”, destacou o prefeito.
O secretário municipal de Cultura, Mateus Sartori, detalhou a obra a todos os presentes. Os serviços vão compreender revisão e melhoria no telhado, para a retirada de vazamentos e infiltrações, revisão de calhas, rufos e condutores, revisão e reforma nas portas e janelas, tratamento e recomposição de forros, recomposição de rodapés, pintura geral e revisão nas instalações elétricas e hidráulicas.
A obra também vai compreender um trabalho de recuperação de algumas características originais do prédio, que acabaram sendo modificadas com o passar dos anos. O assoalho interno, por exemplo, durante anos recebeu revestimento com cera sintética, material este que não permite que a madeira respire. Agora, com essa obra, a cera sintética será removida e, em substituição, será aplicada a cera de carnaúba, que é o material adequado. Para tanto, o piso passará por lixamento e troca, conforme identificada a necessidade, de tábuas e barrotes de madeira.
As paredes de taipa também receberão atenção especial. Na parte externa, por exemplo, será retirada a pintura em tinta látex e aplicado cal, que permite o respiro do barro. As técnicas construtivas da taipa de mão e taipa de pilão, que são as utilizadas originalmente no prédio, também serão respeitadas, para reparos nas paredes do prédio.
“Vejo aqui hoje uma grande preocupação em preservar a nossa memória. Esta é uma obra que vai permitir que um prédio de 150 anos permaneça em pé. Ou seja, é mais um passo rumo à memória do futuro”, destacou a presidente do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico, Cultural Paisagístico de Mogi das Cruzes (Comphap), Ana Sandim. Vale lembrar que, desde 2012, o Casarão do Carmo é tombado pelo Comphap.
Além da Secretaria Municipal de Cultura, que é a responsável oficial pelo prédio, a obra terá acompanhamento da Secretaria Municipal de Obras. A empresa Topus Terra, que foi a vencedora da licitação e será a responsável pela execução dos trabalhos, contratou um profissional especialista em prédios históricos para atuar nesta obra.
Sobre o Casarão do Carmo
O edifício do Casarão do Carmo é uma obra do século XIX, em estilo colonial, feito em taipa de mão e taipa de pilão. O prédio é tombado pelo Comphap (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico, Cultural e Paisagístico) desde 2012. Foi erguido originalmente para servir de residência à importante família Bourroul. A partir dos anos 30, passou a abrigar diversas atividades culturais e comerciais, até que, na década de 80 foi desapropriado pela Prefeitura de Mogi da Cruzes. Desde então, passou a abrigar atividades culturais de diversos segmentos.
O prédio possui área construída (e tombada) de 381,18 m². Os anexos somam 192,72 m². Já o terreno tem área total de 798,20 m². A última grande reforma feita no prédio ocorreu entre 1987 e 1988. Nos anos de 2007 e depois em 2013, o casarão recebeu pequenas obras de conservação.
Além de sediar diversas apresentações culturais, reuniões, fóruns e palestras, o Casarão do Carmo também é palco para projetos permanentes da Secretaria Municipal de Cultura, como o Terças Literárias e a Roda de Choro do Seu Julinho. Abriga ainda o Museu Visconde de Mauá, antigo Museu Mogiano, que guarda em seu acervo parte significativa da história do município, com destaque para a bandeira deixada por D. Pedro I em sua passagem por Mogi das Cruzes, logo após a Proclamação da Independência do Brasil. (LMS)