Projeto Água Doce traz à cidade live com bate-papo, peça de teatro e oficinas virtuais
Mogi das Cruzes recebe, a partir deste sábado (08/08), o projeto Água Doce Deságua nas Cidades de São Paulo, da Cia da Tribo. A ação engloba uma live, com bate-papo e espetáculo teatral, que acontecerá neste sábado, às 14h, pelo Facebook da Secretaria de Cultura e Turismo de Mogi e também oficinas virtuais, que serão realizadas no dia 29 de agosto. A iniciativa tem apoio do Programa de Ação Cultural (ProAC), da Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa de São Paulo e Governo do Estado de São Paulo.
A peça Água Doce é um espetáculo de teatro para toda a família, que utiliza figuras do folclore brasileiro para conscientizar o público sobre a imensidão de rios que circulam abaixo dos nossos pés, tamponados ou encanados, em meio ao acelerado processo de urbanização. Criada em 2018, a peça já cumpre uma trajetória de sucesso, conquistando o Prêmio APCA de Melhor Espetáculo de Rua e o Prêmio SP de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem na categoria Sustentabilidade.
Até agora, o espetáculo realizou cerca de oitenta apresentações em espaços próximos ou exatamente localizados acima de rios soterrados. “Com este trabalho pretendemos lançar um olhar para os nossos rios, que apesar de escondidos, continuam lá e são referências culturais”, explicam os diretores Milene Perez e Wanderley Piras.
Segundo Milene, o processo de criação da peça ganhou força quando ela e Wanderley, ao realizarem uma aula de artes para crianças em um parque, tiveram um aluno que disse estar ouvindo um som de água corrente. Os professores levantaram uma tampa de bueiro e descobriram, junto com a turma, que abaixo deles corria um rio. “Todos nós ficamos olhando para ele e a experiência foi muito impactante, além de ter mudado a relação que aquelas crianças tinham estabelecido com os rios até então, que muitas vezes são tidos apenas como sujos ou causadores de enchentes”, conta a diretora.
A partir dessa experiência, a Cia da Tribo buscou nas lendas e costumes dos povos ribeirinhos os elementos para a criação do trabalho. Os bonecos, que representam figuras folclóricas como Iara, a Mãe do Rio; Cabeça de Cuia; Jaguarão; Pirarucu e Cobra Grande foram confeccionados pelo artista plástico Adriano Castelo Branco a partir de materiais reutilizáveis.
A Cia da Tribo havia iniciado sua circulação presencial em março deste ano, quando veio a pandemia do novo coronavírus. Após análise do panorama da Covid 19 em cada cidade, a companhia se reinventou e produziu assim uma proposta de execução online do projeto.
Além da live com o espetáculo, o projeto vai oferecer oficinas gratuitas de construção de bonecos com materiais reutilizáveis (oficineiro Vinicius Alexandre), canções e cantigas tradicionais (oficineiro Alef Barros), danças populares (oficineira Roberta Viana) e teatro (oficineira Geovana Oliveira), no dia 29 de agosto. As oficinas também serão feitas de forma online. As inscrições já estão abertas, são exclusivas para moradores de Mogi das Cruzes e devem ser feitas por meio dos links abaixo. São 10 vagas disponíveis para cada uma delas.
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Sobre a Cia da Tribo
Fundada pelos artistas Milene Perez e Wanderley Piras, iniciou em 1996 o seu trabalho de pesquisa em teatro baseado num profundo mergulho na cultura popular. A sua linguagem cênica foi desenvolvida por meio do estudo de tradições populares, personalidades e corporeidades brasileiras. Histórias, músicas, danças e bonecos criados pelo povo em diversas regiões do país são investigados, apreendidos, recriados e trazidos à cena, construindo assim, uma teatralidade brasileira.